"Carrie" de Stephen King (Opinião)
Nunca tinha lido nada de Stephen King e a sua fama levou-me a pensar que este livro me ia impedir de dormir várias noites, até porque já vi os vários filmes adaptados desta história e tinha achado algo arrepiante, sendo assim, supostamente o livro deveria provocar sentimentos ainda mais intensos. A verdade é que me senti totalmente atraiçoada e este livro foi um suplício para ser acabado, não pelo medo que me provou (porque esse foi pouco ou nenhum) mas sim pelo pouco cativante que foi. É um livro bastante pequeno, mas demorei quase uma semana a ler, porque realmente não estava na onda! Até posso dizer que apenas o acabei devido a ter sido a leitura escolhida no mês passado para o club do livro a que pertenço (clica aqui para saberes mais se te quiseres juntar a nós).
Bem sei que não posso julgar as outras obras do autor baseada apenas na minha experiência com esta, nem o vou fazer até porque há outros livros que quero ler dele, no entanto este aqui não vale muito a pena. A história é contada como se tivesse sido verídica, encontrando-se pelo meio documentos da pesquisa que houve posteriormente à catástrofe provocada por Carrie, uma adolescente com capacidades telecinéticas que vivia com a mãe, uma fanática de um culto religioso. A mãe dela vai-se apercebendo das capacidades que a filha tem, mas no seu pensamento aquilo é um dom do diabo, o que a torna impura e merecedora de castigos. é no dia da sua primeira menstruação que tudo se torna mais evidente para Carrie e ela começa a autoeducar-se no controlo do seu poder. A jovem sempre sofreu de muito bulling e quando alguém com o dom de Carrie é levada ao limite tem tudo para correr mal. A premissa tem tudo para ser uma boa obra, mas isso não foi conseguido pelo modo de escrita do autor neste livro, o que é uma pena. Para não falar que a tradução da edição que eu requisitei na biblioteca (#livros_e_minimalismo) que está muito mal feita, infelizmente.
No entanto nem tudo foi mau!
- Primeiro, o facto de ser abordado um tema como o bulling e olhando ao ano em que foi escrito, podemos dar valor a Stephen King por ter abordado algo que na altura era quase a coisa mais normal do mundo. Como se fosse suposto haver sempre os populares e os bobos da escola que eram gozados e, como aqui é retratado, quando alguém tentava compor um pouco as coisas ainda vinham por trás tentar abafar o caso;
- Segundo, os princípios éticos da sociedade, que em vez de um pedido de desculpa e a oportunidade para uma relação de amizade, tentavam comprar o perdão às pessoas que tinham maltratado (spoiler: sim, estou a falar da Sue que "emprestou" o seu namorado por uma noite a Carrie, em vez de lhe ter pedido desculpa e ter tentado ser sua amiga! Acredito que não tenha sido com má intenção, mas demonstra a falta de consciência sobre o que era certo e não);
- Terceiro, este livro tem uma carga moral enorme, porque supostamente o monstro seria a Carrie, mas acabamos por passar a história toda com pena dela e mais medo da mãe, concluindo que ela e todas as outras pessoas é que promoveram as ações monstruosas de Carrie;
- Por último, mas não menos importante, temos um alerta às comunidades religiosas extremistas em modelo de ceita, que se tornavam perigosas pela sua visão fechada das coisas, algo que naquela altura era uma realidade bastante presente nos EUA.
Fica com Deus e até à próxima, beijinho ❤
💙💙💙
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